24/01/2010

Faixa azul.


Ela era azul, de tamanho não muito grande, naquele piso branco, a um metro e meio dos meus olhos. No momento em que eu a vi, foi como encontrar ouro no deserto. Meus olhos pararam. Eu sabia que se minha cabeça movesse meio centímetro eu a perderia, então, fiquei estático, meus olhos a acompanhavam naquela dança artificial.

Ela ia movimentando-se e eu comecei a entrar em desespero, cada segundo que passava, mais longe de mim ficava. E assim foi indo, até que o meio fizesse com que involuntariamente eu permitisse que um movimento abrupto nos separasse de vez. Ela havia ido embora.
Não me importava quem era ela. Nem de onde vinha, nem pra onde ia; eu só sei que não a encontrarei novamente.

Daí tem-se que muitas coisas vão e não voltam, e outras voltam sem nem antes vir. Uma antítese, talvez um paradoxo... Na verdade, a despedida de quem não se apresentou, a partida de quem nem se quer chegou.

Era a vez dela, da faixa azul a que eu tinha visto naquele momento. Dessa que a gente vê, talvez por reflexo, ou então algum mecanismo da visão. Talvez culpa de um elevado grau de miopia. Isso não importa. Só sei que estamos vulneráveis a isso, não há como fugir. Fatos acontecem, atos aparecem, e assim, as coisas caminham. Vários caminhos, com uma única saída, não há como fugir.

" ... She said goodbye,
as I said hello. "

Nenhum comentário:

Postar um comentário