28/01/2010

Outro fato.


Mariana é jardineira. Desde pequena cuida de flores, cria, planta e assim por diante. Dizem que jardineiros são os donos do amor, são eles que detém aa felicidade alheia. Sua especialidade são os lírios, ah, eles são encantadores.
Ela diz que as plantas têm vida, Claudio também achava assim.

Claudio era um desses garotos urbanos. nascido e crescido em cidade urbana, não dava valor a nada além de carros e revistas. Até que ganhou um lírio, na verdade o encontrou, em meio a um jardim imenso. Ele o viu separado num canto, como se estivesse afastado da outras flors daquele lugar. Ele o pegou e levou-o pra casa.
Cuidou, cultivou até que o lírio cresceu. Cresceu e morreu.

Quem morria não era o lírio, era a felicidade de Claudio.
Os lírios não são verdadeiros lírios, lírios são incógnitas.
Pelo menos,os do que eu falo, dos que eu tnto falar.

26/01/2010

Discrição.

um pouco menos óbvio.

25/01/2010

Sobre o lírio


Narrar o invisivel, dissertar o desconhecido, enfim, falar sobre o lírio. O lírio vive, peculiarmente num intenso paradoxo com a minha vida. Eu nunca tinha pensado na diferença que há entre procurar e esperar. E hoje eu sei que espero.

Um dia vou vê-lo novamente, e vai ser o novamente mais incrivel da humanidade. Da minha humanidade. As coisas deviam ser peculiares: a minha realidade, o meu importante, a minha vida, o meu lirio. Mas dizem que é posse, porque as pessoas cismam em se incluir em tudo que as rodeiam, e até mesmo nas coisas mais distantes.

Acho preferível, mesmo que essa palavra não exista, reunir tudo o que me faz parte num único universo. E que este seja com letra minúscula, pra ser o mais restrito possivel.


Sobre o lirio.
Não há nada, nada que eu consiga.
Sobre o lirio, fica o lirio.

24/01/2010

Faixa azul.


Ela era azul, de tamanho não muito grande, naquele piso branco, a um metro e meio dos meus olhos. No momento em que eu a vi, foi como encontrar ouro no deserto. Meus olhos pararam. Eu sabia que se minha cabeça movesse meio centímetro eu a perderia, então, fiquei estático, meus olhos a acompanhavam naquela dança artificial.

Ela ia movimentando-se e eu comecei a entrar em desespero, cada segundo que passava, mais longe de mim ficava. E assim foi indo, até que o meio fizesse com que involuntariamente eu permitisse que um movimento abrupto nos separasse de vez. Ela havia ido embora.
Não me importava quem era ela. Nem de onde vinha, nem pra onde ia; eu só sei que não a encontrarei novamente.

Daí tem-se que muitas coisas vão e não voltam, e outras voltam sem nem antes vir. Uma antítese, talvez um paradoxo... Na verdade, a despedida de quem não se apresentou, a partida de quem nem se quer chegou.

Era a vez dela, da faixa azul a que eu tinha visto naquele momento. Dessa que a gente vê, talvez por reflexo, ou então algum mecanismo da visão. Talvez culpa de um elevado grau de miopia. Isso não importa. Só sei que estamos vulneráveis a isso, não há como fugir. Fatos acontecem, atos aparecem, e assim, as coisas caminham. Vários caminhos, com uma única saída, não há como fugir.

" ... She said goodbye,
as I said hello. "

21/01/2010

Hora da partida.



E então ela parou para pensar e notou que a tão esperada partida do lirio ja havia ocorrido. Ele foi, e não deixou o sabor nem de delicia, nem de horror. No ar só se via o mesmo pleonasmo de sempre e o dilema que reside entre a espera e a desistência, e mais uma vez, ela se encontrava perdida entre esses dois caminhos. Medo de errar? Ja havia superado, talvez o inicio tenha sido o erro. Erro de amar demais, de se importar demais, de ser racional demais, de se permitir enganar pelo amor...

Hoje ela vê que não há nenhum vínculo, não há literalmente nada. Pensou em sair do país, pensou alto demais. Seu telefone jamais tocará, o lírio partiu e não deixou nenhum rastro, somente memórias, de um tempo que não voltará com ele longe. Ela se sente triste ao saber que ele levou nas bagagens o seu amor, otimista demais, pensar que a felicidade dela ainda está por aqui.
Resta-lhe tempo para pensar, e então decidir se vai desistir ou persistir. A única certeza é a de que o lírio partiu, e conscientemente ela não o espera mais. Não agora.

20/01/2010

Ser inteligente.

O que é ser inteligente?

Para uma criança, inteligência é o ato de falar uma frase em voz alta e ser lembrada durante um bom tempo por aquilo, e então, basta uma reunião familiar para que a frase seja repetida inúmeras vezes. Em certo momento, a criança percebe que sua frase nao faz mais sentido, e então ela se preocupa em dizer outra coisa, para que sua credibilidade continue estável.
- Estável?
A estabilidade de tudo o que cerca, talvez seja o fato que decide o grau de inteligência. Ser inteligente, é superar a instabilidade alheia sem que esta afete a sua instabilidade. É como tirar o óculos, e superar a miopia, mesmo que dissimuladamente; é vencer o desafio mesmo que todas as situações em volta, indiquem que não será possivel.

Acho válido um trecho de um conto que diz:
" [...]E foi como se a miopia parasse e ele visse claramente o mundo. O relance mais profundo e simples que teve da espécie de universo em que vivia e onde viveria... " C. L. - Evolução de uma miopia.

A necessidade de se ter uma outra visão é o indicativo de um ser pensante. Não há como se manter estável sobre determinado assunto, quando não existem lacunas para novas visões, eis então a hora de tirar os óculos e enxergar da maneira universal, e não mais individual. Talvez um novo passo par a busca da inteligência.

19/01/2010

Sobre os versos.

Versos perdidos no tempo, são cada uma das linhas que ficaram soltas entre o imaginário e o real. Anotações de um tempo que passou ou que há de passar, uma outra visão de tudo aquilo que existe entre o passado e o futuro. - De quem? Não importa, são contos, mentiras, verdades, são versos.